Isabel Viña, médica: "O hipotireoidismo é uma das principais causas reversíveis de colesterol alto."
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Ter colesterol alto nem sempre está relacionado a uma alimentação inadequada ou à falta de exercícios. Em muitos casos, resultados elevados em exames de sangue mascaram um problema subjacente que frequentemente passa despercebido: o mau funcionamento da glândula tireoide. Essa é a explicação da Dra. Isabel Viña, que alerta que "o hipotireoidismo é uma das principais causas reversíveis de colesterol alto".
A glândula tireoide produz hormônios essenciais para o equilíbrio de muitas funções corporais, incluindo o controle dos níveis de colesterol. Segundo Viña, "os hormônios da tireoide ajudam nosso corpo a manter níveis de colesterol estáveis e adequados", uma função que desempenham principalmente por meio do fígado.
@isabelvinabas No vídeo de hoje, vou explicar por que nem todo colesterol alto exige estatinas. Às vezes, o problema não está na sua dieta ou na sua genética, mas sim no mau funcionamento da glândula tireoide. Quando a tireoide não produz hormônio suficiente, o fígado não consegue eliminar o colesterol LDL de forma eficaz nem produzir os ácidos biliares necessários (que são criados a partir do colesterol). Além disso, tecidos como os músculos param de absorver lipídios (incluindo triglicerídeos) porque a lipase lipoproteica não está funcionando corretamente. O resultado: o colesterol aumenta, mesmo com uma alimentação saudável. Se você sente fadiga, dificuldade de concentração, pele seca, queda de cabelo, digestão lenta e sente mais frio do que o normal, e seu colesterol também está alto, peça para verificar seus níveis de TSH e T4 livre. Os resultados dos seus exames de sangue podem estar dizendo mais do que você imagina. E lembre-se☝? Mesmo que você tome estatinas, existem medidas de estilo de vida que devem ser a base de qualquer estratégia para manter o colesterol sob controle: Aumente a ingestão de fibras solúveis: melhora a sensibilidade à insulina e reduz a absorção de colesterol. Fontes: vegetais, leguminosas, aveia integral, levedura nutricional, nozes, sementes de linhaça ou chia, frutas inteiras. Limite as gorduras trans e saturadas: evite manteiga, doces, pizzas ou hambúrgueres de fast-food. Reduza os açúcares adicionados e livres: sucos, biscoitos, cereais açucarados, refrigerantes ou açúcar em bebidas (incluindo certas bebidas à base de plantas). Aumente os esteróis vegetais: encontrados em alimentos funcionais ou laticínios fortificados. Suplementos que podem ajudar (através de vários mecanismos, especialmente melhorando a sensibilidade à insulina): Berberina (de preferência Berberis aristata, bem formulada para garantir a absorção), Silimarina, Gymnema sylvestre, Creatina, Cromo, Mio-inositol, Carotenoides como astaxantina ou licopeno, Coenzima Q10. Salve este vídeo se você tem colesterol alto e nunca fez um exame da tireoide. Compartilhe com quem você achar que pode precisar. E como sempre, adoraria ler seus comentários! ☺️
♬ Som original - Isabel Vina
Quando essa glândula não funciona corretamente — uma condição conhecida como hipotireoidismo — o metabolismo do colesterol é afetado. “Os hormônios da tireoide ajudam o fígado a eliminar adequadamente o excesso de colesterol que circula no sangue”, explicou o especialista. Eles também desempenham um papel em outro processo crucial: a produção de ácidos biliares.
O fígado é um aliado fundamental dos hormônios da tireoide nesse processo. Viña explica que “o funcionamento adequado da tireoide permite que o fígado produza ácidos biliares a partir de uma molécula de colesterol, que, entre outras coisas, ajudam na digestão de gorduras”. Isso significa que, quando a tireoide não está funcionando corretamente, o fígado também não consegue metabolizar o colesterol de forma ideal.
O resultado é um acúmulo progressivo de colesterol no sangue, que pode ser detectado em exames de sangue e aumentar o risco cardiovascular se não for identificado precocemente. É por isso que o médico enfatiza que "uma tireoide que não funciona corretamente não permite que o fígado funcione tão bem quanto deveria em termos de metabolismo do colesterol".
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Quando os níveis de colesterol estão altos, a abordagem usual é modificar a dieta ou recorrer a tratamentos com estatinas. No entanto, a Dra. Viña recomenda ir um passo além. "Sempre que o colesterol estiver alto em um exame de sangue, a função da tireoide deve ser verificada", explicou ela.
Isso pode ser verificado com um simples exame de sangue que mede o TSH (hormônio estimulante da tireoide) e pode até ser complementado com o nível de T4 livre, um dos hormônios tireoidianos mais importantes para o metabolismo energético. Esses parâmetros nos permitem determinar se há hipotireoidismo, o que poderia explicar o desequilíbrio do colesterol.
No entanto, o colesterol alto nem sempre é causado pela glândula tireoide. Viña destaca que "existem outros fatores, incluindo genética, resistência à insulina ou certos medicamentos que podem elevar o colesterol". Nesses casos, a abordagem deve ser diferente.
No entanto, ele insiste que identificar um problema na tireoide é especialmente importante porque a causa é reversível. "Não seria tratado com estatinas, mas sim restaurando a função tireoidiana", destacou. Em outras palavras, corrigindo a causa raiz do problema, os níveis de colesterol podem ser normalizados sem recorrer a medicamentos específicos.
El Confidencial


